Oct 30, 2007

Na dúvida... desisto.

Dentro de mim existe um lugar inatingível por todos, um lugar melancólico e lúgubre, que me faz dispensar momentos que poderiam ser eternos e intensos.
Ultimamente venho contemplando minha insanidade, e a cada novo olhar encontro novas cicatrizes, algumas secas e outras que ainda latejam.
Observo que ao mesmo tempo em que amo, dou risadas, troco palavras, promessas, projetos, e tento dar o melhor de mim, a necessidade de retorno destes atos toma outra proporção. Posso citar como exemplo a regra física básica de que para cada ação há uma reação igual ou contrária e aí é que está o problema, as reações que venho recebendo são proporcionais as que estou emitindo, ou seja, não tão positivas como poderiam ser. Elas são minadas pelo meu vil estado de espírito.
Em algum momento de nossas insignificantes vidas é preciso decidir se vamos ou ficamos, e esta decisão sempre barra em meu poço inalcançável de melancolia, que acaba por si só tomando um caminho nem sempre desejado.
A sensação de não merecimento toma forma e atravessa como um raio meu breve estado de lucidez, e não me permite viver a realidade; é muito difícil ser racional com assuntos abstratos.
Por medo de sofrer, de não saber a exata realidade e o significado das coisas, acabo por abandonar algumas opções de escolha que a vida me apresenta. O medo surge, e é como um vírus, que ataca por completo a minúscula parcela de sanidade existente em meu corpo.
Meus sonhos se tornam uma seqüência de idéias vãs e incoerentes, das quais desisto antes mesmo de tentá-las.
Não sei se devo arriscar sentir algo tão intenso a ponto de me fazer perder o chão e cair.
Agora estou exatamente neste ponto, onde não vejo o retorno sonhado, mas ainda tenho a opção de escolher se fico ou se vou; talvez agora a melhor escolha seja a de desistir, e viver apenas a utopia da mudança.

1 comment:

Anonymous said...

Obrigada pela visita!
:o)
Queria postar mais por lá só que fiquei um tempo vagando entre alguns desses estados que vc inclusive cita nesse texto, e dei uma desanimada.
Ficam agora mais entre as linhas do meu bom e velho caderno espiral, com muito esforço para exorcizá-los da caixola.
Acredito que todas as idéias são válidas, devam ser analisadas e que faz parte do "sentir-se vivo", se atirar em meio ao desconhecido, aos sonhos, planos, realidades, uma vez ou outra dando a sorte de conseguir manter parte de nós no chão.
;o)
Bjos, bons trabalhos!
Até breve.
Bet@
:o*
:o)